Volkswagen Golf Variant 1.6 TDI (105 cv) BlueMotion Sportline

A sétima geração do Volkswagen Golf trouxe consigo a quarta geração da Variant, a carrinha do familiar compacto que foi uma das grandes novidades no mercado no final do Verão e que beneficia de todas as vantagens em utilizar a plataforma modular MQB, como seja uma redução de peso para a anterior geração que chega aos 105 kg. O que acarreta consigo algumas vantagens em termos de consumos. Mas já lá iremos…

Com quatro níveis de equipamento – Trendline, Confortline, Sportline e Highline – e quatro motorizações (duas a gasolina e outras tantas Diesel), é difícil não encontrar uma que agrade. Para aumentar o potencial de vendas a marca alemã oferece ainda uma motorização exclusivamente dedicada às frotas, a 1.6 TDI BlueMotion de 90 cv. Quanto a este ensaio, foi realizado aos comandos da variante de 105 cv do mesmo motor, também ele dotado da tecnologia BlueMotion.

Em termos visuais, a Golf Variant não engana quanto à sua proveniência, sendo exactamente igual a um hatchback até aos pilares B. Daí para trás encontram-se as alterações efectuadas, onde se engloba uma linha de tejadilho não muito mergulhante, ao contrário do que tem vindo a ser hábito neste tipo de propostas, uma solução de compromisso com o intuito de manter o ADN da marca alemã e, ao mesmo tempo, seguir a actual tendência do design automóvel. O topo do portão da bagageira incorpora um pequeno deflector, o que lhe confere um aspecto mais desportivo, para o que contribui também o perfil baixo das barras de tejadilho.

28 mm mais comprida que a geração anterior, o acréscimo de tamanho na nova Golf Variant reverteu todo para a bagageira, que agora oferece na sua configuração base 605 litros de capacidade, mais 100 litros do que até aqui (e mais dois litros que a capacidade base da VW Passat Variant), extensíveis até aos 1620 litros através do rebatimento assimétrico (60/40) dos bancos traseiros, processo que se realiza muito facilmente através dos comandos localizados nas laterais da bagageira. De referir ainda o acesso, baixo e amplo, ideal para carregar a bagagem da família para as férias ou as compras do mês no supermercado.

Tal como no comprimento, a nova geração da Golf Variant cresceu em altura, mas acabou por ver a sua largura diminuída. Se os ocupantes dos bancos traseiros ganham com o acréscimo em altura, perdem ligeiramente com a diminuição da largura, embora não haja uma percepção de perda de espaço nos lugares traseiros, desde que sejam ocupados apenas por dois passageiros. A adição de um terceiro já complica um pouco as coisas, mas nada de especial se considerarmos uma utilização em percursos não demasiadamente demorados. Para não comprometer a segurança e a estabilidade – aspecto fundamental quando falamos de um modelo eminentemente familiar –, a distância entre eixos também aumentou, desta feita 57 mm, para um total de 2635 mm.

De resto, o habitáculo desta carrinha não foge ao habitual nos modelos do construtor de Wolfsburgo. A sobriedade é a nota dominante. O aspecto clean de todos os materiais, de elevada qualidade e montados sem nenhuma folga aparente, oferece um feeling premium a esta proposta. Por seu turno, a ergonomia também está em alta, com os vários comandos ao alcance fácil da mão, complementados pelos presentes no volante e na base da alavanca de comando da caixa de velocidades. Os bancos oferecem um bom apoio lateral e os espaços para a arrumação de pequenos objectos são em número suficiente.

Devidamente sentado no banco do condutor, que oferece amplas regulações (tal como o do passageiro), é fácil encontrar uma boa posição, tirando também partido das regulações em altura e profundidade da coluna de direcção, é altura de colocar em marcha o motor de quatro cilindros e 1,6 litros de capacidade que anima esta carrinha alemã e de ver do que ele é capaz. A primeira impressão é boa, pois o ruído de funcionamento é mínimo e os consumos conseguidos são de bom nível (como poderá comprovar com a leitura da tabela de medições anexa), merecendo destaque os 4,6 l/100 km de média ponderada conseguidos por esta Golf Variant. A tal ajudará certamente a tecnologia BlueMotion, que alia a este motor um sistema Start-Stop com recuperação da energia da travagem que exibe um funcionamento impecável.

A resposta é linear, ainda que difícil a baixas rotações, o que se espera de uma unidade com 105 cv de potência e vocacionada para os baixos consumos de combustível e diminutas emissões de CO2, que neste caso se quedam pelos 102 g por km percorrido. Apesar disso é possível imprimir um ritmo de condução mais vivo – sabendo à partida que os consumos sairão prejudicados – se a rotação for mantida em níveis mais altos, o que obriga a recorrer com mais frequência à caixa manual de cinco velocidades. Se essa for a opção, a segurança não sai beliscada, pois entra em acção o controlo de estabilidade, que “coloca na ordem” a carrinha germânica e não nos deixa passar dos limites, controlando o adorno da carroçaria. O pouco que passa para o habitáculo é combatido pelo bom apoio lateral dos bancos, o que dá uma nota muito positiva ao conforto a bordo, para o que contribui ainda um bom compromisso na suspensão.

Contas feitas, a nova Golf Variant munida do motor 1.6 TDI e com a chancela BlueMotion revela-se uma proposta familiar muito equilibrada e competitiva (é proposta por €29 503 com o nível de equipamento Sportline), desde que não se exijam a esta unidade motriz performances elevadas. Para os pais de família mais apressados, a VW oferece a motorização de dois litros Diesel, com 150 cv, mas que obriga ao dispêndio de mais €6000 para o nível de equipamento Confortline, inferior ao da unidade ensaiada.

Como diria Guterres, “é fazer as contas”…