Volkswagen Touran 1.6 TDI 110 cv Highline

Volkswagen Touran 1.6 TDI 110 cv Highline

A ergonomia exemplar e a elevada qualidade geral são dois atributos do amplo interior

Volkswagen Touran 1.6 TDI 110 cv Highline

O motor 1.6 TDi de 110 cv exibe naturais limitações para locomover os mais de 1500 kg doTouran sempre que se tenta imprimir ritmos mais vivos

Volkswagen Touran 1.6 TDI 110 cv Highline

Com apenas dois lugares, a bagageira oferece pouco menos do que 2000 litros!

Volkswagen Touran 1.6 TDI 110 cv Highline

Na segunda fila existem três bancos individuais, rebatíveis e com ampla regulação longitudinal

Volkswagen Touran 1.6 TDI 110 cv Highline

Com a necessária colaboração dos cupantes dos bancos da segunda fila, é perfeitamente possível a crianças e jovens viajarem nos dois lugares adicionais traseiros

Volkswagen Touran 1.6 TDI 110 cv Highline

Volkswagen Touran 1.6 TDI 110 cv Highline

Volkswagen Touran 1.6 TDI 110 cv Highline

Volkswagen Touran 1.6 TDI 110 cv Highline

Volkswagen Touran 1.6 TDI 110 cv Highline

Volkswagen Touran 1.6 TDI 110 cv Highline

Como já vai acontecendo há algum tempo com os modelos do género de maiores dimensões, não falta quem anteveja um declínio crescente da procura por monovolumes compactos, em favor dos inúmeros SUVs e crossovers que pululam cada vez mais no mercado, inclusivamente com sete lugares. Contudo, por ora, ainda vai havendo quem adopte uma postura mais racional e objectiva, menos condicionada por questões de imagem e afirmação pessoal, e prefira, realmente, um monovolume compacto quando o objectivo é transportar, frequentemente, agregado familiares mais numerosos

A oferta actualmente disponível neste domínio foi recentemente ampliada com a nova geração de um dos modelos mais emblemáticos da classe, o Touran, um automóvel completamente novo, agora assente na nova plataforma modular MQB do Grupo VW, e que aqui analisamos na sua versão com o motor Diesel de acesso 1.6 TDI de 110 cv, dotada de nível de acabamentos e equipamento Highline, o mais requintado da gama. Visualmente, o novo Touran desde logo deixa perceber a sua postura sóbria e racional, exibindo formas pouco arrojadas e sem grandes rasgos de originalidade, mas inconfundivelmente VW, na linha do introduzido pela nova Sharan e em que a elegância não é palavra vã – e tendo, também, a virtude de disfarçar bem o aumento de 130 mm no comprimento, e de 113 mm na distância entre eixos, face ao modelo da geração anterior.

As formas sóbrias e elegantes ajudam a disfarçar o porte do novo VW Touran, que cresceu 13 cm em comprimento face ao seu antecessor

No plano estilístico, o interior também não surpreenderá: decoração muito sóbria, com o seu quê de clássico, um pouco austera até, como é apanágio da maioria das criações da marca de Wolfsburg. Um habitáculo pouco emotivo, portanto, mas de nível superior noutras áreas. Como seja a qualidade: solidez garantida por materiais, na sua esmagadora maioria, de qualidade acima da média, o mesmo se podendo afirmar relativamente aos acabamentos e à montagem, tudo contribuindo para a quase ausência de ruídos parasitas, mesmo quando se circula em pisos mais degradados com os setes bancos disponíveis montados. A ergonomia é, igualmente, exemplar, enquanto que o posto de condução prima por ser muito correcto, um pouco elevado, como é da praxe nos monovolumes (e do agrado do seu utilizador tipo), mas não tanto como nalguns modelos concorrentes.

Depois, há a vertente prática, e o Touran volta aqui a brilhar. Espaços de arrumação para pequenos objectos são praticamente cinquenta (!), merecendo destaque especial a enorme consola existente no tejadilho para o efeito, com vários compartimentos, para distintas finalidades. Com cinco lugares, a bagageira oferece nada menos do que 743 litros (para um máximo de 1980 litros na configuração de somente dois lugares), verdadeira referência do segmento, merecendo ainda encómios o facto de, na configuração de sete lugares, contar com um espaço próprio para o transporte da chapeleira.

Mesmo com a lotação máxima, a bagageira continua a oferecer um espaço para o transporte da chapeleira, o que é sempre de saudar

Ainda neste particular, é merecedora de análise própria a versatilidade garantida pelo sistema de bancos. Além de oferecer um bom acesso aos lugares dianteiros e da segunda fila de bancos, o Touran conta também com três bancos individuais na segunda fila que, ao deslizarem sobre calhas e contarem com uma ampla regulação longitudinal, não só contribuem decisivamente para garantir um acesso relativamente fácil à terceira fila de bancos, como permitem ajustar o espaço às necessidades do momento. Assim, quando estes bancos estão na sua posição mais recuada, o espaço para pernas é por demais generoso, mas praticamente impossibilita a utilização dos bancos da terceira fila, embutidos no piso da mala quando não a uso; já numa posição intermédia, os dois bancos adicionais traseiros são perfeitamente utilizáveis, principalmente por crianças e jovens.

Em andamento, a principal limitação do novo Touran 1.6 TDI acaba por ser mesmo o seu motor, inquestionavelmente um pouco “justo”, tanto para as capacidades do châssis como para o peso do conjunto (superior à tonelada e meia), e ainda mais quando se pretende transportar maior quantidade de passageiros e/ou bagagem. Os 110 cv e 250 Nm não são capazes de proporcionar mais do que acelerações modestas e recuperações morosas, sendo que, mesmo com apenas o condutor a bordo, é difícil a progressão para lá dos 170 km/h reais.

O motor 1.6 TDI de 110 cv garante consumos contidos em estrada, mas acaba por condicionar o agrado de utilização por via das prestações não mais do que modestas que consegue proporcionar

Ao mesmo tempo, o quatro cilindros turbodiesel não é o mais silencioso e emite, até, um ruído esforçado quando em carga ou a médio e alto regime, valendo ao Touran o óptimo isolamento acústico habitáculo para que esta situação não se torne por demais evidente ou incomoda. A caixa de velocidades, de escalonamento longo, e com uma sexta propositadamente sobredesmultiplicada, para beneficiar os consumos a velocidades de cruzeiro, tem como principais virtudes o contribuir para a frugalidade do motor (particularmente notória em estrada e auto-estrada, não tanto em cidade, mas sem que os valores aqui obtidos sejam de molde a assustar), e o seu comando suave e preciso, o que se aprecia sempre que é necessário utilizá-la com maior frequência, algo inevitável em cidade e sempre que se pretende imprimir um ritmo um pouco mais dinâmico.

Já o comportamento prima, acima de tudo, pela sobriedade, pela honestidade e pela previsibilidade, já que envolvência e eficácia pura não será o que mais se espera de um monovolume (algo que, ainda assim, a BMW pretende contrariar com o seu Série 2 Active Tourer …). Neste domínio, o Touran revela-se um automóvel bastante fácil e agradável de conduzir, que mesmo com a suspensão de afinação desportiva, incluída de série no nível Highline, oferece um óptimo conforto sobre qualquer tipo de piso (provando a valia do evoluído eixo traseiro multilink, assim como de um amortecimento que garante um eficiente controlo dos movimentos da carroçaria, gerindo com competência as transferências de massa), com a direcção informativa e bem assistida a contribuir de modo decisivo para que o condutor nunca se sinta como se estivesse ao volante de um furgão, antes tendendo a fazer esquecer as dimensões e peso do Touran em curva, mais parecendo estar a conduzir um vulgar Golf.

O comportamento do novo Touran é muito salutar, primando pela facilidade de condução e por um elevado conforto de marcha em qualquer circunstância

Registando um saldo inequivocamente positivo do deve e haver entre prós e contras, defeitos e virtudes, o Touran 1.6 TDI Highline revela-se uma das propostas mais equilibradas da sua classe, sem nada ter que temer, no plano prático, dos seus rivais, em particular os franceses, que continuam a dominar este segmento de mercado. Já o preço desta versão está longe de ser o mais acessível, especialmente quando comparado com o praticado com as referidas propostas gaulesas, e se é um facto que existem na gama versões mais acessíveis, também é preciso ter em conta que optar por elas significa, também, abdicar de algum equipamento de série, que, mesmo nesta variante mais dotada, não deixa de apresentar algumas lacunas.