Volvo V60 Cross Country D4 Summum Geartronic
Volvo
V60 Cross Country
D4 Summum Geartronic
2015
Familiares médios
5
Dianteira
2.0 Diesel
190/4250
210
7,8
120
48 561/59 694
Versatilidade, Motor D4 poderoso e refinado, Prestações e consumos, Comportamento, Aptidões off-road, Segurança passiva e activa
ESP não desligável, Patilhas de comando da caixa no volante opcionais, Direcção demasiado "leve"
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 210 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 7,7 |
0-400 m | 15,6 |
0-1000 m | 28,4 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em D | 4,5 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em D | 6,0 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 34,6 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 4,3 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 5,9 |
Cidade | 6,8 |
Média ponderada (*) | 6,12 |
Autonomia média ponderada (km) | 1103 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1460 |
Largura atrás | 1405 |
Comprimento à frente | 1170 |
Comprimento atrás | 710 |
Altura à frente | 950 |
Altura atrás | 930 |
Pioneira no lançamento de uma carrinha convencional com acrescidas capacidades off-road (e já lá vão quase vinte anos sobre a chegada da primeira V70 XC, corria o ano de 1996), ao longo dos anos, a iniciativa da Volvo foi sendo sucessivamente copiada por outros construtores, inclusivamente em segmentos de mercado mais baixos. E se a marca sueca demorou um tempo significativo a estender o conceito a outros modelos da sua oferta, o facto é que o fez com inequívoca competência com a nova V60 Cross Country – isto para além de ter decidido adoptar semelhante estratégia para a berlina S60.
Em Portugal, a V60 Cross Country é proposta na versão T5 (com motor a gasolina exclusivamente combinado com a tracção integral permanente), e em duas variantes a gasóleo que são as que mais interessarão ao consumidor luso – ambas animadas pelo mesmo motor turbodiesel de 2,0 litros, nas suas derivações de 150 cv e 350 Nm (D3); e de 190 cv e 400 Nm (D4). Testamos aqui a mais dotada, no caso equipada com caixa automática de oito velocidades, e será de realçar que, podendo suportar-se os cerca de 2300 euros de diferença no preço de ambas, vale bem a pena optar pela D4, tendo em conta as vantagens que oferece em termos de prestações e agrado de utilização, sem que os consumos se ressintam sobremaneira. Sublinhe-se, igualmente, que a D4 é a única das V60 Cross Country a gasóleo a poder dispor da tracção às quatro rodas AWD com embraiagem Haldex (apenas proposta com caixa automática de seis relações), mas, aí, a sui generis fiscalidade “empurra” o seu preço para valores bem menos simpáticos, acrescentando nada menos do que cerca de 7000 euros à factura final…
O que não muda entre as várias versões da V6 Cross Country é a aparência exterior. A altura ao solo incrementada em 65 mm face às V60 “normais”, a par das habituais proteçcões da carroçaria e do châssis, de tão eficaz efeito estético quanto úteis numa utilização fora do asfalto, são os elementos decisivos para uma imagem francamente apelativa, mais robusta e aventureira, a que será difícil ficar indiferente. Reconheça-se que, na esmagadora maioria dos casos, esta é a V60 que, efectivamente, mais atrairá o olhar, o que, por si só, atesta do bom trabalho feito pela Volvo a este nível.
No interior, nada de novo. Apreciável qualidade de construção, materiais e acabamentos; habitabilidade dentro dos padrões vigentes na categoria; bagageira suficientemente generosa, com 430 litros significativamente ampliáveis através do rebatimento do banco traseiro. E com a vantagem de, aqui, a posição de condução algo elevada, amiúde alvo de críticas na V60 convencional, até fazer todo o sentido, tendo em conta o espírito e a vocação do modelo, contribuindo, a par da altura ao solo sobreelevada, para um melhor domínio visual do ambiente circundante.
O motor de 1969 cc, com injecção common-rail e turbocompressor, é um dos principais atributos da V60 Cross Country D4 assim que a marcha tem início. Suficientemente suave e silencioso, prima, acima de tudo, pela sua linearidade de funcionamento, garantindo uma resposta sempre pronta, o que se traduz em prestações de bom nível, num elevado agrado de condução e em consumos bastante contidos, tendo em conta o seu rendimento e o peso do veículo. De tal modo que, mesmo quando se conduz sem ter qualquer atenção para com a pressão exercida sobre o pedal da direita, a média não supera em muito os 10,0 l/100 km.
Para este bom desempenho contribui, ainda, de modo decisivo, o bom trabalho levado a cabo pela caixa automática de oito relações – rápida, suave e eficiente, as mais das vezes, a interpretar as necessidades da condução, as pontuais hesitações que acaba por exibir nalgumas situações são facilmente resolvíveis através das patilhas no volante para comando manual em sequência. Mais difícil de compreender é que, num automóvel que custa, no mínimo, 44 134 euros (versão D3 com caixa automática e nível de equipamento Kinetic), a Volvo insista em cobrar 172 euros pelas referidas patilhas…
Numa utilização tradicional, sobre o asfalto, o primeiro dado a reter é que o comportamento dinâmico da V60 Cross Country não se ressente muito face ao conhecido da sua “irmã” convencional. É um facto que as protecções de carroçaria e a maior altura ao solo têm óbvias consequências na performance aerodinâmica, mas sem que tal seja muito sensível em termos de prestações como de consumos. Por outro lado, a diferente taragem dos amortecedores, combinada com um centro de gravidade mais elevado, naturalmente permitem um outro adornar da carroçaria, mas nem por isso a eficácia diminui de forma notória, em boa parte graças ao correto controlo dos movimentos da carroçaria.
Assim, em estrada, e mesmo a velocidades mais elevadas, a estabilidade direccional não merece reparos. De igual modo, os traçados mais sinuosos são facilmente cumpridos pela V60 Cross Country D4, fruto de um châssis evoluído, patente numa frente rápida e incisiva, e numa traseira que a segue de forma fiel, sendo todas a reacções honestas, previsíveis e, principalmente, de fácil controlo. A rever, a habitual direcção demasiado assistida, algo vaga e ainda sensível ao torque steer; e o conforto de marcha – ainda que esta carrinha nunca seja, verdadeiramente, desconfortável, acaba por “chocalhar” mais os seus ocupantes do que as V60 “normais” quando a qualidade do piso se degrada de forma mais notória.
Em compensação, a forma como a V60 Cross Country D4 evolui fora de estrada é verdadeiramente surpreendente. Com 201 mm de altura ao solo, e ângulos característicos que não fariam má figura quando comparados com os de alguns populares SUV do mercado (ângulo de ataque de 19,4º; ângulo de saída de 25,7º; ângulo ventral de 20,7º; e passagem a vau de 300 mm), mesmo desprovida de tracção integral, conta com um evoluído e eficaz controlo de tracção que lhe permite enfrentar e superar obstáculos que, à partida, pareceriam ser-lhe inacessíveis.
Claro que as suas próprias características intrínsecas, a par das opcionais jantes de 18” revestidas por pneus 235/50, nunca fariam deste o veículo ideal para enfrentar os percursos mais trialeiros. Mas, naqueles que serão os caminhos off-road para que está mais vocacionada, esta carrinha dá muito boa conta de si, evoluindo a bom ritmo por estradões de terra (mesmo os mais exigentes) sem causar grande preocupação ao condutor; e até conseguindo efectuar alguns cruzamentos de eixos, assim se garanta que uma das rodas tem o contacto com o solo que permita ao referido controlo de tracção desempenhar cabalmente a sua tarefa.
A meu ver, para tudo ser perfeito, apenas merecem ser ligeiramente revistos dois dispositivos electrónicos de auxílio à condução: o ABS (demasiado sensível ao mau piso, alonga excessiva e desnecessariamente as distâncias de travagem fora de estrada); e o controlo de estabilidade (apesar da indicação ESC Off que surge no painel de instrumentos, na prática, apenas oferece um modo mais permissivo, que permite algumas derivas antes de entrar em funcionamento, sendo que um modo totalmente desligável não só seria útil fora de estrada, como muito aumentaria o divertimento ao volante).
Aqui chegados, resta referir que, por este extremamente apelativo leque de trunfos, a Volvo pede 51 206 euros quando em causa está o nível de equipamento mais recheado da gama: o Summum. Sendo que a unidade ensaiada contava ainda com extras no valor de cerca de 7500 euros, que obviamente incrementam a qualidade de vida a bordo, mas sem serem decisivos para a apreciação final – a não ser as “malfadadas” patilhas no volante para comando da caixa, e os irrisórios 172 euros que exigem de dispêndio adicional…
Quem, ainda assim, considerar que este é um valor demasiado elevado, deverá ter em conta que o dispensar a caixa manual permite retirar cerca de 2500 euros à factura final; e que, com o nível de equipamento de acesso Kinetic, o preço da V60 Cross Country D4 baixa quase 5000 euros. Por fim, optando pelo motor D3 de 150 cv, o modelo está disponível a partir de uns extremamente interessantes 41 656 euros.
Motor | |
Tipo | 4 cil. em linha Diesel, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1969 |
Diâmetro x curso (mm) | 82,0×93,2 |
Taxa de compressão | 15,8:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 190/4250 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 400/1750-2500 |
Alimentação | injecção directa common-rail |
Sobrealimentação | turbocompressor VGT+intercooler |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4638/1899/1545 |
Distância entre eixos (mm) | 2774 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1619/1609 |
Jantes – pneus | 7 1/2Jx18″ – 235/50 (Michelin Primacy 3) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1742 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 9,16 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 430/67,5 |
Transmissão | |
Tracção | dianteira |
Caixa de velocidades | automática de 8+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica |
Diâmetro de viragem (m) | 11,8 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (316) |
Traseiros (ø mm) | Discos maciços (302) |
Suspensões | |
Dianteira | MacPherson com triângulos transversais |
Traseira | Multilink |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Aptidões TT | |
Ângulos de ataque/saída/ventral (º) | 19,4/25,7/20,7 |
Inclinação lateral máx./pendente máx.(º) | n.d./n.d. |
Altura ao solo/passagem a vau (mm) | 201/300 |
Garantias | |
Garantia geral | 2 anos ou 100 000 km |
Garantia de pintura | 2 anos sem limite de km |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 30 000 km |
Airbag para condutor e passageiro
Sistema SIPS contra embates laterais (inclui airbags laterais dianteiros)
Airbags de cortina
Sistema WHIPLASH contra embates pela traseira
Controlo electrónico de estabilidade
Sistema City Safety
Cintos com pré-tensores em todos os lugares (com limitadores de esforço na frente)
Fixações Isofix
Ar condicionado automático
Computador de bordo
Bancos do condutor regulável em altura+apoio lombar
bancos em pele R-Design
Volante em pele regulável em altura+profundidade
Volante multifunções
Rádio com leitor de CD/mp3+8 altifalantes+ecrã de 5″+ligações USB/iPod/Aux
Mãos-livres Bluetooth
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos+rebatíveis electricamente
Retrovisor interior electrocromático
Travão de estacionamento eléctrico
Luzes diurnas por LED
Sensor de luz+chuva
Cruise-control
Sensores de estacionamento traseiros
Jantes de liga leve de 18″
Kit anti-furo
Barras de tejadilho
Pintura metalizada (€935)
Pack Business Pack (€1169 – inclui: sistema de navegação+Sensus Connect)
Pack Light (€1279 – inclui: pacote de luzes interiores; faróis bi-Xénon activos; lava-faróis; espelhos retrovisores exteriores+interior electrocromático)
Pack Intellisafe Pro (€2411 – inclui: sistema BLIS de monitorização do ângulo morto; sistema de alerta do condutor; cruise-control adaptativo com alerta de colisão)
Pack Versatility (€246 – inclui: rebatimento do banco do passageiro; rede de protecção de carga; tomada de 12 Volt na bagageira; suporte de mercearias)
Pack Xenium (€1870 – inclui: tejadilho em vidro; sensores de estacionamento FR/TR; câmara de estacionamento traseira; banco do passageiro eléctrico)
Patilhas de comando da caixa no volante (€172)
Porcas de segurança (€49)