Marcas alemãs terão patrocinado testes de fumos Diesel em seres vivos
Segundo artigo publicado no final da passada semana pelo New York Times, um grupo pouco conhecido, denominado EUGT (European Research Group on Environment and Health in the Transport Sector), terá sido o principal responsável pela realização de testes em que humanos e macacos eram sujeitos à inalação de fumos de escape de motores Diesel para avaliar dos seus prejuízos para a saúde – no que terá sido uma tentativa de contrariar a afirmação da Organização Mundial de Saúde, que desde 2012 os considera cancerígenos. Fundado em 2007, e dissolvido no ano passado, o EUGT terá sido, alegadamente, financiado a 100% pelos Grupos VW, Daimler e BMW.
A inalação de gases de escape de motores a gasóleo (potenciais causadores de doenças respiratórias e de cancro) terá sido levada a cabo por 25 pessoas, numa clínica utilizada pela Universidade de Aachen, segundo avança o diário germânico Stuttgarter Zeitung. Já os testes realizados em macacos, segundo o New York Times, terão tido lugar em 2014 no Novo México (EUA), e sido conduzidos pelo Lovelace Respiratory Research Institute (LRCI), com os dez animais utilizados a serem mantidos em reduzidas câmaras enquanto inalavam fumos de escape durante quatro horas, mantendo-se calmos através do visionamento de cartoons numa televisão.
Até agora, a indústria automóvel teutónica tem-se distanciado desta organização, afirmando o seu total desconhecimento do ocorrido, reiterando a sua mais firme condenação destas experiências e prometendo levar a cabo uma aprofundada investigação e, no caso da VW, punir os culpados caso estes ainda se encontrem no seio da organização. Curiosamente, o New York Times afirma, também, que o veículo utilizado pelo LRCI para estas experiências foi um Beetle, um dos modelos da VW envolvido no escândalo da manipulação das emissões Diesel, com o construtor de Wolfsburg a apresentar desculpas pela conduta indevida e fraca capacidade de julgamento de alguns indivíduos, considerando um erro os testes levados a cabo com animais.
Ao mesmo tempo, o próprio govermno alemão já veio a terreiro afirmar que quaisquer testes de emissões reaizdos em macacos ou pessoas são injustificáveis. Nas palavras de Stefen Seibert, porta-voz do executivo germânico, “Estes testes em macacos, ou mesmo em pessoas, não são, do ponto de vista ético, de todo justificáveis, e levantam muitas questões fundamentais acerca daqueles que estiveram por detrás destas experiências”.
