VW Golf 2.0 TDI DSG 5P GTD

VW Golf 2.0 TDI DSG 5P GTD

Também atrás, o espaço oferecido aos ocupantes é generoso

VW Golf 2.0 TDI DSG 5P GTD

O motor 2.0 TDI de 184 cv continua a dar muito boa conta de si

VW Golf 2.0 TDI DSG 5P GTD

O sistema de infoentretenimento da nova geração é uma das novidades apresentadas pelo renovado Golf GTD

VW Golf 2.0 TDI DSG 5P GTD

O painel de instrumentos digital Active Info Display é uma opção que custa €461

VW Golf 2.0 TDI DSG 5P GTD

VW Golf 2.0 TDI DSG 5P GTD

A mala oferece uma capacidade generosa e um fácil acesso

As jantes de 19" são uma opção, mas não prejudicam o conforto

VW Golf 2.0 TDI DSG 5P GTD

VW Golf 2.0 TDI DSG 5P GTD

VW Golf 2.0 TDI DSG 5P GTD

Três anos volvidos, o regresso a uma das mais interessantes e bem conseguidas variantes do automóvel mais vendido na Europa, mesmo para quem não é especial adepto dos motores Diesel: o VW Golf GTD. Que, ao contrário do que se poderia pensar, após a renovação de que foi alvo este best-seller, não se limita a apresentar alterações de carácter estético face ao seu antecessor. Até porque, nesse particular, o Golf mantém-se igual a si próprio: se não será um modelo deslumbrante, mais difícil ainda é não gostar dele.

E o que muda, então, no renovado Golf GTD, que não o estilo? Desde logo, referência para generoso equipamento de série, agora ainda mais completo, passando a incluir elementos como as luzes exteriores integralmente por LED, com “piscas” dinâmicos; o sistema de infoentretenimento Discover Media com comandos gestuais (a unidade ensaiada montava o opcional, e ainda maio evoluído, Discover Pro); o cruise-control adaptativo com função stop&go; o alerta de colisão com travagem autónoma de emergência e reconhecimento de peões. A estes se juntando outros que transitam da anterior geração, mas não deixam de merecer referência, caso das jantes de 18” (de 19” na unidade ensaiada); do sistema DCC de amortecimento pilotado; do actuador que torna a sonoridade do motor mais “encorpada” no modo de condução Sport; e dos óptimos bancos desportivos com padrão em xadrez específico desta variante (similar ao do Golf GTI, mas com cores próprias).

Com uma estética tão agradável quanto consensual, o VW Golf GTD continua a ser um automóvel que se integra na perfeição em qualquer ambiente

A sensação de familiaridade que a esmagadora maioria experimentará na presença de um Golf estende-se, igualmente, ao interior. Também aqui é fácil perceber porque continua esta a ser uma das mais equilibradas propostas do seu segmento, quando não do próprio mercado. A decoração sóbria não deixa de contribuir decisivamente para um ambiente muito acolhedor, o mesmo acontecendo com o amplo espaço interior, com a elevada qualidade de quase todos os materiais utilizados e com um rigor construtivo que continua a ser a referência da classe. Nota, ainda, para a bagageira, das mais generosas do segmento e com um fácil acesso.

Sem novidades de maior também no interior, que não as já referidas, é tempo de dar ao botão de arranque, usufruindo já da exemplar posição de condução, para a qual prestam contributo decisivo os bancos dianteiros com um óptimo apoio e encaixa, mas nem por isso pouco confortáveis – bem pelo contrário! Mecanicamente, as novidades mais a ter em conta são a troca da anterior caixa pilotada DSG de dupla embraiagem e seis relações pela nova DSG7 de sete velocidades, e o novo modo Sport do controlo eletrónico de estabilidade.

O habitáculo conta com todos os elementos que confirmam a vocação desportiva do mais potente dos Golf a gasóleo. A posição de condução é excelente

Como sempre foi seu apanágio, o grande argumento do Golf GTD continua a ser a conjugação de muito boas prestações com excelentes consumos, um desempenho de nível superior garantido pela forma como alia uma grande eficácia com um notável conforto de marcha. Nada disso se alterou com a renovação do modelo, e se o conforto é o tema, importa sublinhar que nem mesmo as jantes de 19” com pneus de medida 225/45 o condicionam, muito por culpa da eficaz actuação do amortecimento activo.

Embora o Golf GTD também seja proposto com transmissão manual, nete ensaio está em análise a sua variante animada com a mais recente evolução da caixa DSG7, com função launch-control. Uma unidade com uma actuação muito convincente, mormente em condução quotidiana, em que prima pelas passagens de caixa rápidas, mas sempre suaves, por vezes quase imperceptíveis, e por uma “inteligência” que lhe prima ajustar-se de modo por demais satisfatório à grande maioria das situações – somente quando se adoptam ritmos verdadeiramente intensos, em particular nos traçados mais sinuosos, continua a ser preferível operá-la manualmente em sequência, através das patilhas no volante.

É um elemento que aproveita de modo perfeito o potencial do motor 2.0 TDI, aqui ainda utilizado na sua versão de 184 cv, mas que continua a ser um poço de força, subindo com facilidade e prontidão desde os mais baixos regimes até ao limitador, colocado às 4500 rpm. Com um binário máximo de 380 Nm, constante entre as 1750-3250 rpm, e uma potência máxima que, segundo a VW, se mantém inalterada entre as 3500-4000 rpm (na prática, até ao limite máximo de rotação, não parecem existir quebras), garante consumos dignos de nota (pouco mais de 6,0 l/100 km em cidade, ainda melhores em estrada, e mesmo usando abusando do pedal da direita ficando abaixo dos 13,0 l/100 km), e prestações que dificilmente deixarão alguém inbiferente, melhores, mesmo, que as do modelo da anterior geração, mesmo que por décimas de segundo, o que confirma o bom trabalho efectuado no desenvolvimento da nova geração da caixa DSG.

Óptimas prestações, excelentes consumos, uma elevada facilidade de condução e uma eficácia invejável continua a ser os grandes atributos do Golf GTD

Mas claro que não será, propriamente, pela economia de combustível, ou pelo agrado de condução no dia-a-dia, que o Golf GTD cativou os seus indefectíveis. Será, antes, pela sua competência em aliar estes atributos com um desempenho convincente em condução desportiva. Para isso, o melhor será começar por eleger a opção Sport através do selector dos modos de condução (também estão disponíveis os Eco, Comfort, Normal e Individual), que não só ajusta a resposta do motor e da direcção, como a lógica de funcionamento do DCC, e ainda activa o actuador sonoro responsável pela sonoridade bastante apelativa, sobretudo para um motor a gasóleo, que passa a ser emitida pelo escape. Quanto à caixa, onta com os modos E, D, S e manual, sendo os dois últimos, naturalmente, os que melhores se adequam a ritmos mais intensos.

Ao ataque na “sua” estrada de montanha preferida e bem conhecida, o condutor do Golf GTD rapidamente lhe reconhecerá méritos como a elevada capacidade de tracção, o eixo dianteiro muito preciso, o óptimo controlo dos movimentos da carroçaria, tudo concorrendo para um invejável equilíbrio global, para uma grande eficácia e para um apreciável envolvimento aso volante, sem que a condução deixe de ser fácil e acessível mesmo aos que não tenham dotes de piloto profissional. Os mais ousados e conhecedores não deixarão, porém, de continuar a lamentar que o ESP não possa ser desligado na totalidade – é um facto que o seu novo modo Sport já permite algumas escorregadelas do eixo traseiro, mas sem nunca se chegar à fase da contra-brecagem, pois tudo é reposto pela electrónica no seu devido lugar antes disso. Fica, assim, cerceado o envolvimento ao volante e a potencial eficácia do modelo quando dominado por mãos mais sabedoras, até pela facilidade com que é possível provocar, e se entende seria de dominar por uma direcção precisa e comunicativa, o eixo traseiro naquelas situações em que seria muito bem vinda uma ainda maior agilidade em curva.

Não obstante, e tudo somado, o VW Golf GTD, após a recente evolução de que foi alvo, continua a ser um dos modelos mais carismáticos, apelativos e convincentes entre os compactos a gasóleo de vocação desportiva disponíveis no mercado. O que não se alterou foi a política da marca de Wolfsburg de se fazer pagar pelo apuro das suas criações: mais de 47 500 euros é quanto a VW exige pelo Golf GTD, embora com a atenuante de ter tornado o equipamento de série ainda mais completo do que no modelo da geração anterior. Menos mal…