VW Polo GTI DSG 3p
VW
Polo
GTI DSG 3p
2015
Pequenos desportivos
3
Dianteira
1.8
192/5400-6200
236
5,1
129
28 379/29 832
Motor enérgico, Comportamento eficaz, Direcção precisa, Eficácia e preço da suspensão Sport Select, Qualidade geral
Escalonamento e limite da caixa DSG7, ESP não desligável, Imagem demasiado sóbria
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 250 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 6,8 |
0-400 m | 15,0 |
0-1000 m | 27,3 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em D | 3,7 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em D | 4,6 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 35,7 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 5,1 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 7,0 |
Cidade | 8,1 |
Média ponderada (*) | 7,28 |
Autonomia média ponderada (km) | 618 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1380 |
Largura atrás | 1325 |
Comprimento à frente | 1190 |
Comprimento atrás | 830 |
Altura à frente | 970 |
Altura atrás | 940 |
A actual tendência da indústria automóvel para o downsizing dos motores e para a sobrealimentação dos mesmos, decorrente da necessidade de aumentar a respectiva eficiência energética, entre outras consequências, tem permitido o surgimento de pequenos desportivos como há muito não se via em quantidade; e, muito provavelmente, como nunca se havia visto em qualidade. De facto, são hoje inúmeras as propostas existentes neste segmento capazes de fazer as delícias dos amantes das altas prestações e de uma condução mais empenhada, emotiva e divertida.
Se é legítimo afirmar que a VW inventou o conceito com o Golf GTI, nos anos de 1970, não é menos verdade que há muito que a casa de Wolfsburg marca presença neste sector também com o mais pequeno Polo, nomeadamente, nos últimos anos, com a sua versão GTI. Que, com o passar do tempo, e o aumento de tamanho da generalidade dos automóveis, tem ficado cada vez mais próximo do Golf GTI original (em termos de dimensões… e não só!) do que o seu próprio sucessor dos dias de hoje. Algo que se tornou particularmente óbvio com o lançamento da sua mais recente geração, acabada de chegar ao mercado.
Não que tal seja perceptível de imediato, sobretudo se a análise se quedar pela aparência exterior, mesmo na mais agressiva carroçaria de três portas. É um facto que as linhas compactas e tipicamente VW até sugerem dinamismo – mas essa é uma característica comum a qualquer Polo da actual geração, sendo poucos os elementos que fazem a diferença para os restantes membros da sua gama (logo GTI aplicado nos flancos, na grelha e no portão traseiro; dupla ponteira de escape; jantes de 17” de desenho exclusivo; e deflector montado no topo de portão traseiro), o que acaba por fazer do novo Polo GTI um desportivo excessivamente discreto.
O interior, também ele bastante sóbrio, ainda assim é mais convincente. Além da qualidade de construção e materiais referencial para o segmento, da boa habitabilidade e da correcta ergonomia, conta com alguns elementos que de imediato indiciam a sua vocação. É o caso do logo GTI aplicado na base do volante de secção inferior plana; dos bancos com bom apoio e revestidos num delicioso padrão xadrez evocativo do VW Golf GTI original, de 1976; ou do botão que dá acesso directo ao modo mais permissivo do controlo de estabilidade – acessível, também, através do ecrã de controlo do sistema de infoentretenimento, que tem um ecrã de acolhimento com o logo GTI, mas também não dispensa o modo Think Blue, prova de que a preocupação com as emissões está hoje omnipresente, inclusive em modelos de vocação desportiva.
Por aqui se depreende que não é a aparência que faz deste o melhor Polo GTI de sempre – que o é. É mais o que não está à vista. Como a mais recente evolução do motor de quatro cilindros e 1,8 litros sobrealimentado, dotado de dois injectores por cilindros, injecção directa e indirecta e distribuição variável, entre outros atributos. Ainda com muito potencial de evolução, para já, na sua melhor especificação (destinada ao Polo GTI com caixa manual de seis velocidades), oferece 192 cv/4200-6200 rpm, e um excelente binário máximo de 320 Nm constante entre as 1450 rpm e as 4200 rpm; porém, na sua versão destinada a “casar” com a caixa pilotada de dupla embraiagem de sete velocidades DSG7 (instalada na unidade ensaiada), não só a potência máxima (que se não altera) passa a estar disponível das 5400 rpm às 6200 rpm, como o binário máximo sofre uma redução de 70 Nm, para 250 Nm (o máximo suportado por esta transmissão) constante entre as 1250 rpm e as 5300 rpm.
Por aqui se começa a perceber que a melhor variante do novo Polo GTI será mesmo a de caixa manual, até porque a DSG exige um dispêndio adicional de €1400. Mas as coisas tornam-se ainda mais óbvias mal se passa à acção. Com as primeiras duas relações bastante curtas, e as restantes demasiado longas (velocidade máxima atingida em 5ª…) e com excessivas quebras de regime entre si, a caixa DSG, apesar de bastante rápida, não permite tirar o melhor partido do solícito motor, sobretudo nos percursos com maiores variações de velocidade, em que nem sempre é fácil eleger a melhor mudança para cada situação, ou tendo que se aguardar nas curvas mais lentas, demasiado tempo para que o motor caia de regime para efectuar uma redução.
E é pena que assim seja, pois o motor 1.8 é uma verdadeira delícia, mesmo com “apenas” 250 Nm, revelando um fôlego notável em toda a gama de regimes, mesmo até à red line, o que não é propriamente vulgar em unidades sobrealimentadas. Para além do mais, os consumos são bastante contidos a velocidades estabilizadas, tendem a rondar os 10,0 l/100 km a ritmos mais acelerados, situando-se em torno dos 13,5 l/100 km quando se pratica uma condução mais diabólica – o que é excelente para uma unidade a gasolina com praticamente 200 cv.
Se a caixa DSG não é o opcional do Polo GTI mais recomendado para os verdadeiros amantes de uma condução desportiva, sucede o exactamente o oposto com a suspensão Sport Select: altamente recomendável (quase obrigatória, ao não custar mais do que apenas €256), conta com dois níveis de amortecimento bastante distintos, além de que o seu modo Sport altera, ainda, o funcionamento do motor, da caixa DSG e da direcção, ao mesmo tempo que amplifica a sonoridade do motor no habitáculo. É graças a ela que o Polo GTI pode ser tão convincente em cidade, mesmo em mau piso, quando o modo mais macio do amortecimento está seleccionado; como em estradas mais retorcidas, quando se opta pelo amortecimento mais firme, que controla na perfeição os movimentos da carroçaria. O compromisso é posto em causa apenas quando se pretende praticar uma condução desportiva sobre asfalto mais degradado (com o modo Sport activo), mas não de modo a colocar o conforto de marcha num patamar insuportável, sendo mais nefastos os efeitos para a travagem, que se prolonga pela relativa facilidade com que as rodas perdem o contacto com o solo.
Não obstante, é mesmo ao volante que o Polo GTI revela os seus melhores atributos. Com o referido modo Sport seleccionado, mesmo com meia carga de acelerador, o motor responde sempre com uma prontidão assinalável, traduzida em enérgicas subidas de rotação até ao seu regime máximo de funcionamento, ao permitindo ganhar velocidade com assinalável facilidade, até porque a caixa DSG7, se não prima pelo melhor escalonamento, não deixa se ser extremamente rápida a desmultiplicar. Ao mesmo tempo, a direcção muito directa permite controlar na perfeição um trem dianteiro que se revela sempre deveras incisivo, e que, nos limites de aderência, conta com o auxílio do diferencial electrónico XDS+ para gerir o binário que é passado às rodas – não é tão eficaz quanto um autoblocante mecânico, mas não deixa de cumprir com brio a sua função.
O ESP, não podendo ser desligado por completo, oferece um modo Sport que aumenta substancialmente a diversão ao volante, pela permissividade da sua actuação. Ao ponto de, nas solicitações mais exigentes, ser necessário dosear devidamente o acelerador para controlar a patinagem das rodas; ao mesmo tempo que é possível usufruir de alguma deriva da traseira para aumentar a agilidade, desde que se não abuse, pois, a partir de determinado ângulo, lá está a electrónica para voltar a colocar tudo em seu sítio. É certo que, caso fosse possível dispensar por completo a actuação do ESP, seria também possível usufruir em pleno do óptimo châssis e da curta distância entre eixos, e compensar a tendência subviradora do modelo nos limites – mas, ainda assim, o Polo GTI consegue ser um desportivo capaz de efectuar com grande destreza rápidas trocas de apoio, e cujas reacções neutras e sempre progressivas são o garante de uma emocionante e divertida.
Argumentos que bastam para reafirmar que este é, não só o melhor Polo GTI de sempre, como um dos melhores representantes do momento na sua classe. E, ao ser proposto por €28 379 na versão analisada (cerca e €27 000 na variante de caixa manual), atendendo ao seu comportamento, às suas prestações, e ao facto de custar cerca de 35% menos do que o mais acessível dos Golf GTI, revela-se quer uma das propostas a obrigatoriamente ter em conta na sua categoria, quer até uma alternativa válida ao seu “irmão” mais velho – contrapondo ao peso do nome e à herança histórica deste um posicionamento comercial bem mais “terreno” e um desempenho tão ou mais competente.
Motor | |
Tipo | 4 cil. linha, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1798 |
Diâmetro x curso (mm) | 82,5×84,2 |
Taxa de compressão | 9,6:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 192/500-6200 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 250/1250-5300 |
Alimentação | injecção directa e indirecta |
Sobrealimentação | turbocompressor+intercooler |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 3953/1682/1443 |
Distância entre eixos (mm) | 2468 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1443/1437 |
Jantes – pneus (série) | 7 Jx17″ – 215/40 (Continental ContiSportContact 2) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1280 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 6,71 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 204-882/45 |
Transmissão | |
Tracção | dianteira |
Caixa de velocidades | pilotada de dupla embraiagem de 7+m.a. (DSG7) |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica |
Diâmetro de viragem (m) | 10,6 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (310) |
Traseiros (ø mm) | Discos maciços (232) |
Suspensões | |
Dianteira | McPherson com triângulos inferiores |
Traseira | Eixo semi-rígido |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 5 anos ou 90 000 km |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 30 000 km ou 24 meses |
Garantia geral | 5 anos ou 90 000 km |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais dianteiros
Controlo electrónico de estabilidade
Diferencial autoblocante electrónico XDS
Sistema de detecção de fadiga do condutor
Cintos dianteiros com pré-tensores e limitadores de esforço
Fixações Isofix
Assistente aos arranques em subida
Ar condicionado automático bizona Climatronic
Computador de bordo
Bancos dianteiros reguláveis em altura com função Easy Entry
Banco rebatível 60/40
Gaveta sob os bancos dianteiros
Volante em pele regulável em altura+profundidade
Volante multifunções
Direcção com assistência eléctrica variável
Rádio com leitor de CD+ecrã táctil*ligação USB
Mãos-livres Bluetooth
Vidros eléctricos
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos
Faróis de nevoeiro com função de curva
Sensores de luz/chuva
Jantes de liga leve de 17″
Sistema de monitorização da pressão dos pneus
Pintura especial (€140)
Suspensão Sport Select (€256)
Faróis dianteiros+Luzes diurnas por LED (€903)
Sistema Mirror Link (€154)