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VW T-ROC 1.0 TSI: o que é nacional, é bom…

Artigo
VW T-ROC 1.0 TSI: o que é nacional, é bom…

Eu se mandasse, garanto que este carro não sairia da fábrica sem uma pequena tatuagem com um minúsculo galo de Barcelos ou uma mini-Torre de Belém, discreta, mas suficientemente visível para qualquer pessoa. Porque este é diferente. É um bocadinho nosso. O T-Roc é feito ali mesmo na margem sul do Tejo, na Autoeuropa.

A primeira coisa que me chamou à atenção foi o design. Um pouco fora daquilo que é o estilo habitual da VW. Tem um ar moderno, com uns traços mais fluídos. Está longe de ser arrojado, pois está, mas, ainda assim, consegue marcar a diferença. Depois, tem ao dispôr as cores que hoje são obrigatórias em qualquer SUV, incluindo o amarelo, descoberta recente na indústria automóvel, sem a qual, neste momento, ninguém vive. Também se pode personalizar, coisa que quase ninguém faz com especial arrojo no nosso país, mas que gostamos sempre de saber que é possível.

No interior, o caso é um pouco diferente. Aquele impacto positivo do ar moderno começa a decair quando olhamos com atenção para os materiais utilizados. Esperava aqui uma maior qualidade. E não a tem. É como ver um vestido com um padrão bonito, e quando se lhe deita a mão é uma desilusão, porque não se gosta do toque.

Fora este senão, vêm outras qualidades. É confortável e espaçoso o suficiente. Não dá para grandes improvisos, mas é garantido que se poderá fazer uma viagem com qualidade.  Tem à disposição aquilo que hoje em dia já consideramos obrigatório num automóvel: informação com fartura, para fazermos tudo e sabermos tudo.

O facto de ser poupado nos consumos fez aumentar ainda mais a minha simpatia pelo T-Roc 1.0 TSI. Mesmo em cidade, não passou de uns excelentes 6,0 l/100km.

Para mim, tema absolutamente irresistível é a publicidade que antecede e acompanha os lançamentos dos automóveis. A do T-Roc que vemos cá em Portugal tem como principal personagem um cordeiro bebé. Com um pelo totalmente preto, único no rebanho, é diferente, é invulgar e veste a pele de um líder. Mas existe um outro filme publicitário que não nos chegou cá, mas foi filmado em Portugal com a modelo Winnie Harlow (a menina da pele manchada), e sobre ambos digo que, se a mensagem era transmitir confiança, os filmes conseguiram-no. E também diferença, força e vontade. Não são o cúmulo da originalidade, mas resultam bem. E isso é mesmo o que interessa.

Resumindo, o T-Roc não é uma revolução nem uma paixão. É um produto diferente, bem pensado, bem elaborado e, claro, com um bocadinho do nosso sangue nas veias. E que, caso não saibam, tem sido um êxito de vendas da VW nos principais mercados europeus. Onde o poder de compra é outro, claro…

 

Esta rubrica é escrita por uma mulher. Uma mulher que vive há uns bons anos rodeada de automóveis por todos os lados. Habituada a vê-los, a conduzi-los, a experimentá-los, a fotografá-los, a ler sobre eles, a olhá-los de perto e ao longe, e, com toda a liberdade, a poder criticá-los ou elogiá-los.

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